Imagine que todos os seus documentos, do CPF ao passaporte, passando por sua impressão digital e assinatura, fossem condensados em apenas um documento eletrônico, protegido criptograficamente e tão legítimo quanto a firma reconhecida em cartório. Pois bem, isso já existe. É a certificação digital.
Essa espécie de identidade eletrônica vale para pessoas físicas e jurídicas, mas foi entre as empresas que ela se popularizou mais rápido, já que a Receita Federal exige a certificação para obrigações fiscais. Mas a ferramenta já avança para utilização em outros campos, como a declaração do Imposto de Renda, matrículas em instituições de ensino e prontuários de saúde eletrônicos e de instituições de ensino também alavancaram o mercado.
CEO da Soluti, empresa especializada em segurança e Certificação Digital, Vinícius Sousa diz que uma das principais vantagens do certificado é otimizar processos de assinatura de documentos, reduzir custos com burocracia, impressão e cartórios.
“Com a certificação, eu posso me identificar ou assinar um documento, como uma procuração ou contrato, por que ela garante ao setor público e privado que sou quem digo ser. Isso elimina o custo de manutenção do balcão de atendimento público, burocracia e filas, porque essa documentação pode ser apresentada à distância”, explica.
A expansão desse mercado tem sido marcante em 2019. Só no primeiro semestre, as emissões aumentaram 26%. Conforme dados do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). De janeiro a junho, foram emitidos 2.619.185 certificados digitais, ante os 2.066.680 no mesmo período do ano passado. E a ampliação do setor deve ser impulsionada com a popularização do certificado em nuvem.
“Comumente, o certificado é armazenado dentro de uma mídia, um token ou cartão. Agora, com o advento da nuvem, já é possível acessar o certificado e assinar documentos digitalmente através de qualquer dispositivo móvel, como um smartphoe tornando a operação mais barata, eficiente e menos burocrática”, diz Sousa.
Como contratar
Para obter um certificado digital, é preciso procurar uma Autoridade Certificadora, uma empresa que verifique a identidade do titular antes de elaborar o arquivo com os dados para documento digital. O documento tem uma validade de um a três anos, e duas chaves de criptografia – uma pública e outra privada – que garantem o acesso aos dados sem a possibilidade de violá-los. O custo para aderir varia de R$ 250 a R$ 500, conforme a empresa e modalidade de assinatura, mas Sousa acredita que a popularização da certificação na nuvem contribuirá para a queda no preço.
“A nuvem tornará a contratação mais acessível e menos engessada. Essa novidade permitirá até que as pessoas paguem proporcionalmente pelo uso do certificado. Quem usa pouco paga pouco, quem usa muito paga mais”, afirma o CEO da Soluti.