Empresas que fazem intermediação na contratação de mão de obra já podem usar os dados do Sistema Nacional de Emprego, o Sine. Desta forma irão conhecer o sistema e fazer cruzamento de informações sobre o mercado de trabalho.
Segundo o secretário de Políticas Públicas para o Emprego do Ministério da Economia, Fernando Holanda, este é o primeiro passo para que, posteriormente, as empresas possam identificar e pedir o contato de candidatos com o perfil desejado no Sine para agendar entrevista. A previsão é que a segunda fase, com o agendamento de entrevistas, comece no próximo mês.
“O que a gente fez hoje foi liberar todos os dados, respeitando a privacidade das pessoas para que as empresas possam compreender o conteúdo dos dados do Sine. É uma medida preparatória para o compartilhamento dos dados, que vai começar em abril”, disse o secretário à Agência Brasil.
De acordo com o Ministério da Economia, o acesso a dados específicos será disciplinado por edital de chamamento público e formalizado por meio de assinatura de termo de responsabilidade, com utilização de certificação digital. Na segunda fase, o governo espera o aumento da empregabilidade e a redução do tempo de espera por recolocação no mercado de trabalho.
Dos dados liberados para consulta, ficam preservadas informações como identificação dos trabalhadores, gênero e raça. Serão disponibilizados dados gerais dos candidatos, como nacionalidade, disponibilidade para viajar ou para dormir no local de trabalho, últimas experiências profissionais, formação acadêmica, fluência em idiomas estrangeiros, cursos técnicos e profissionalizantes, por exemplo.
Fernando Holanda disse que o Sine tem atualmente baixa eficácia para gerar vagas de emprego. Por isso, é importante fazer parcerias com as empresas de recrutamento. Segundo o secretário, no ano passado, o Sine foi responsável por 3% do total de vagas formais preenchidas. “A principal carência do nosso sistema é a coleta de vagas de emprego. Acreditamos que esse papel pode ser desempenhado melhor, neste momento, com as empresas privadas nos ajudando”, afirmou.
O cofundador de uma empresa de inovação tecnológica na área de recursos humanos Fernando Bueno disse que a abertura do banco de dados vai permitir gerar comparativos e avaliações sobre o mercado. “Atualmente, usamos dados que nós mesmos conseguimos gerar referentes aos candidatos. Os dados abertos nos permitem treinar novos modelos e deixar nossa inteligência artificial mais preparada para fazer outros tipos de comparativos, avaliações.”
Bueno informou que sua empresa usa atualmente jogos que simulam situações problemáticas para os candidatos resolverem. Depois são gerados relatórios comparativos que permitem aos candidatos se conhecerem melhor e às empresas escolherem o perfil adequado. Com os dados do Sine disponíveis, além de gerar esses relatórios, Bueno disse que será possível ajudar o candidato a entender como está o mercado de trabalho e em qual área de atuação há mais oportunidades. Fonte: Agência Brasil/Foto: gazetadocerrado.com.br