Pelo menos 46% das instituições de ensino superior (IES) estão com processo de implementação do diploma digital em andamento ou finalizado. O prazo definido pelo Ministério da Educação (MEC) termina em 31 de dezembro deste ano (2021). A pesquisa inédita foi divulgada pela Secretaria de Educação Superior (SESu) no seminário híbrido “Como as IES estão implementando o diploma digital?” realizado pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) nesta terça-feira (28).
De acordo com o levantamento, 28% das faculdades, centros acadêmicos e universidades emissoras e registradoras declararam ter iniciado as adaptações necessárias para emissão do diploma digital, 14% estão em etapas avançadas e 4% finalizaram. Outros 32% estão em fase de planejamento e 22% não começaram. O estudo consultou as 3.031 IES públicas e privadas autorizadas no sistema e-MEC, 68% responderam, totalizando 2.051 participantes até 20 de agosto.
O diploma digital foi instituído em abril de 2018 com prazo de implementação de dois anos. Durante o período, foram divulgadas portarias detalhando e orientando o processo de emissão e registro do documento. Em março, a Portaria 117 alterou para 31 de dezembro de 2021 o fim do período de implantação.
O propósito da realização da pesquisa foi avaliar a perspectiva das instituições de ensino e identificar as necessidades para cumprir com os objetivos da migração para a certificação digital, desburocratizando os processos, modernizando e evitando fraudes. “O nosso foco está nos cursos de graduação, mas a experiência já tem sido estendida para os cursos técnicos, mestrados e doutorados por meio de grupos de trabalho”, explicou Edimilson Costa Silva, diretor de Políticas e programas de Educação Superior da SESu.
Na percepção das instituições pesquisadas, o novo formato irá contribuir para desburocratização e agilidade na entrega (80,3%), diminuição dos riscos de fraudes (75,6%), redução dos custos (56,3%) e simplificação do processo (57,7%). Ainda assim, 45% apontaram ter dúvidas técnicas e operacionais e 34% indicaram precisar de orientação e capacitação para lidar com a mudança.
Na ocasião, os representantes da SESu responderam a perguntas frequentes indicadas pela pesquisa e dos participantes da transmissão pelo canal do YouTube da Associação. Segundo Wagner Vilas Boas de Souza, secretário da Educação Superior, eventos como o promovido nesta terça-feira fazem parte das oportunidades de aprimoramento da equipe. “Vamos avaliar todos os pontos apresentados pelas dúvidas aqui apresentadas, inclusive sobre a possibilidade de prorrogação do prazo que termina em 31 de dezembro, algo que não trabalhamos no momento”, afirmou.
O diretor presidente da ABMES, Celso Niskier, avaliou o momento e a perspectiva das IES, em especial no contexto pandêmico. “Não é só uma transformação tecnológica, não é só uma transformação institucional, é uma transformação cultural. É parte da transformação digital que vive a sociedade e nós temos que assumir nossa responsabilidade. Temos que contar também com a ajuda, a compreensão e o acompanhamento permanente da SESu para saber quais são as grandes dificuldades e avaliar se esse esforço carecerá de alguma extensão de prazo”, ponderou.
Parte das dúvidas mais frequentes encontradas no levantamento da SESu foram respondidas por Jean Everson Martina, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que compartilhou a experiência da instituição e as soluções encontradas durante a implementação do diploma digital. Além disso, Paulo Gentil, fundador da eduCAT Tecnologia, apresentou um exemplo de modelo de gestão que centraliza e simplifica a concentração dos dados da instituição e seus alunos.
O seminário “Como as IES estão implementando o diploma digital?” faz parte das ações contínuas da ABMES em prol da educação superior brasileira. O evento foi realizado em formato híbrido, presencialmente na sede da Associação, em Brasília, e virtualmente pelo YouTube.
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Fonte e foto: ABES