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Empreender na Estônia: veja como criar empresa remota e receber visto de nômade digital

País do leste europeu criou diversas iniciativas para atrair criadores e funcionários na área de inovação e de tecnologia. Brasileiros podem até criar empresa sem precisar ir até a Estônia

MARIANA FONSECA

Estônia está se firmando há anos como a terra dos negócios digitais. O pequeno país do leste europeu tem apenas 1,3 milhão de habitantes, mas coleciona quatro startups com avaliação de mercado bilionária: os unicórnios Bolt, Playtech, Skype e Transferwise.

O governo adaptou leis para atender às necessidades das empresas com ambições globais — o que atrai cada vez mais empreendedores à Estônia. A administração empresarial pode ser feita em boa parte virtualmente, com assinatura de documentos legais e envio de pagamentos e declarações fiscais via celular. Na Estônia, as empresas também estão livres do imposto de renda corporativo. Os dados são protegidos por meio da tecnologia blockchain.

“O país tem sido destacado regularmente em capacidade digital, facilidade de fazer negócios e profissionais capacitados. Essas qualidades criam um ambiente competitivo, que permite desenvolvimento rápido e entrega global de produtos e serviços inovadores”, diz Grete Camargo, gerente de projetos da Work in Estonia.

A Work in Estonia é parte do Enterprise Estonia, fundação nacional para apoiar o empreendedorismo no país. O objetivo dos empreendedores não é se mudar de vez para atender apenas o mercado local. “A Estônia é sua aceleradora. A ideia é que você não gaste tempo e dinheiro no operacional, mas desenvolvendo sua ideia.”

Residência eletrônica (e-residency)
Dá para criar o próprio negócio no país do leste europeu mesmo morando no Brasil. Pela residência eletrônica (e-residency), empreendedores poderão depois abrir uma conta bancária local e registrar empresas virtualmente no país.

Todo o processo para obter uma identificação digital transacional é feito pela internet. Os candidatos precisam apresentar documento com foto, carta de motivação e cartão de crédito para pagar a taxa do visto de 120 euros. O processo de análise inclui a checagem de antecedentes criminais. O processo demora até 30 dias úteis.

O e-residency serve para autônomos e pequenos empresários criarem negócios em diversos setores. Alguns listados são alimentos; blockchain; cibersegurança; cidades inteligentes; e-commerce; eletrônicos; fintechs; indústria 4.0; internet das coisas; logística; saúde; serviços empresariais; e software e hardware. Hoje, existem mais de 66 mil e-residents e mais de 10 mil empresas abertas por pessoas de mais de 160 países.

Visto para nômades digitais (Digital Nomad Visa)
Uma novidade do governo estoniano é a criação de um visto para nômades digitais. O Digital Nomad Visa foi aprovado em julho, mas ainda não definiu a data de inscrições.

O visto servirá para chamar pessoas que não dependem de localização para desempenhar suas funções. Pode ser o caso de funcionários brasileiros que tenham uma política de trabalho remoto ou de empreendedores com negócios completamente digitais. É preciso ter alguma empresa associada para obter o visto de nômade digital, seja a companhia própria ou sua empregadora.

Diferentemente do e-residency, há também uma exigência de renda. Um dos requisitos é garantir nos seis meses anteriores à aplicação um mínimo de renda bruta mensal de 3.504 euros. Esse visto terá duração máxima de um ano.

O Digital Nomad Visa pode ser um próximo passo depois do e-residency. O empreendedor pode abrir sua empresa na Estônia e testar a gestão remota em terras brasileiras. Se tudo correr bem, poderá então se inscrever para o visto de nômades digitais. O ano poderá ser dedicado para conhecer o ecossistema empreendedor estoniano e europeu. Vale lembrar que nem a residência eletrônica nem o visto para nômades digitais dão a cidadania estoniana.

Revista PEGN

 

 

 

 

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