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Certificação digital é tendência sem volta

Julio Cosentino

É fato que estamos passando por uma crise econômica, mas não há a necessidade de pânico. A crise, para alguns empresários, é até uma luz no fim do túnel. Esse é o momento de parar, pensar e repensar no andamento da empresa. E, muitas vezes, mudar! Uma das primeiras medidas que as organizações devem tomar é reduzir os custos, mantendo a qualidade, a eficiência e a agilidade dos serviços prestados. Como? De uma maneira muito simples, utilizando uma solução já conhecida pelas empresas: o Certificado Digital. Embora possua inúmeras aplicações, o Certificado ainda não é utilizado com toda sua potencialidade. Muitas vezes, é lembrando apenas nos momentos das entregas de obrigações para o governo, por conta da falta de conhecimento. Por isso, é preciso que mais pessoas saibam que essa tecnologia pode ser utilizada como instrumento de gestão. Com o uso da tecnologia, muitos dos processos físicos podem migrar para o eletrônico, como a assinatura de um contrato. Sem a necessidade do uso do papel, manuseio, autenticação e espaço de armazenamento, com apenas alguns cliques, do computador, notebook ou celular, um documento pode ser assinado com total validade jurídica. Só nesse exemplo, observe, quantos custos são eliminados, e não é só o do papel. Custos para o armazenamento também são eliminados. Muitas empresas alugam ou ocupam grandes espaços para arquivar documentos impressos. E quanto custa o metro quadrado desses locais? É importante ressaltar que a certificação digital também permite a digitalização de documentos já impressos, garantindo ou atribuindo validade legal. Além disso, “tempo é dinheiro”, principalmente em época de crise. E processos no meio eletrônico não param. De qualquer lugar, um executivo pode assinar um contrato e formalizar um grande negócio. Ou seja, não há mais a necessidade da presença física para a tomada de uma decisão que necessite de assinatura. Outro ganho para as empresas, que se estende à sociedade, é a sustentabilidade. Processos no meio eletrônico diminuem o uso de papel e do transporte, ajudando, assim, a preservar o meio ambiente. Como exemplo sustentável de sucesso, temos a implementação da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), em 2006, que exige ouso do Certificado Digital para a emissão do documento a fim de garantir segurança e transparência na troca de informações. De lá para cá, mais de 48,1 bilhões de folhas de papel deixaram de ser impressas. Isso porque, até o dia 3 de novembro, 12,04 bilhões de notas eletrônicas foram emitidas e, como a versão impressa, em média, tinha 4 vias, a economia de pa pel quadriplica. Adicionalmente, a nota fiscal eletrônica também ajuda na economia de água. De acordo com o Instituto Akatu, são necessários 540 litros para produzir um quilo de papel. Se calcularmos que uma resma de sulfite A4 tem, em média, 2 quilos, apenas para produção de uma resma, 500 folhas, seriam utilizados 1.080 litros de água. Assim, a NF-e já ajudou a economizar mais de 103 bilhões de litros de água. Esses são apenas alguns dos motivos pelos quais a Certificação Digital está ganhando uma nova dimensão no dia a dia dos empresários. Muitos já a veem como uma ferramenta de gestão, que vai muito além do cumprimento das obrigações. E isso é uma tendência sem volta! O que não se pode perder são as oportunidades de mudança. O próximo ano deve ser mais desafiador e exigirá ainda mais a desburocratização de processos e a redução de custos. É preciso manter o foco, seguir em frente e investir no que agregará valor aos negócios.

 Vice-presidente da Certisign, empresa líder em Certificação Digital na América Latina; e presidente da ANCD (Associação Nacional de Certificação Digital) 
Jornal do Comércio – RS – 20/01

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