Segunda onda na certificação digital

Mercado se prepara para utilizar essa ferramenta para muito além das obrigações com o governo 

O mercado da certificação digital, que em uma primeira onda ficou atrelado ao cumprimento de obrigações com o governo, se prepara para uma nova fase. E de muita expansão. “Vivemos num mundo movido pela novidade das tecnologias e o certificado digital é a identidade digital de pessoas jurídicas e, também, cada vez mais, das pessoas físicas”, afirma Maurício Balassiano, diretor de Certificação Digital da Serasa Experian. “Há muito entendemos que é muito interessante o caminho da assinatura digital e do uso do certificado por parte das empresas, não só para cumprir essas obrigações”, acrescenta o executivo.

Nova cultura empresarial

A partir da utilização da assinatura digital que o certificado digital permite, é possível implantar uma nova cultura empresarial, argumenta Maurício Balassiano. “Desde o controle de acesso na entrada da empresa à manipulação de estoques, relacionamento com fornecedores e clientes, tudo pode ser feito de forma segura e sem o uso de documentos físicos. Planejamento, gestão financeira, contratos. De um complicado plano estratégico ao simples envio de um email, tudo pode passar a ser regulado pela dertificação digital, com rastreamento do autor ou autores das ações.”

Convergência do real para o virtual

Ainda de acordo com o diretor da Serasa Experian, a convergência do mundo real com o digital é inevitável. Ele lembra que nos últimos quinze anos, a empresa emitiu 10 milhões de certificados digitais válidos. “Agora, estamos prontos para entrar em um novo patamar, sair das aplicações públicas e entrar em novas fronteiras, ajudando as empresas e as pessoas físicas, e não só os contadores, a dar uma conotação positiva a esta ferramenta”, enfatiza. “A ampliação do uso do smartphone fomenta um choque cotidiano da maneira de fazer as coisas e os negócios.”

Amplo universo de aplicação

Um bom exemplo nesse sentido se deu no Poder Judiciário, observa Balassiano. “No início, há mais de uma década, era preciso explicar muito como funcionava a certificação. Hoje, é inconcebível que um juiz, promotor ou advogado ignore a forma de atuar no meio virtual. Outro segmento que tem crescido nesse sentido é o voltado aos profissionais da saúde. Com a adoção dos prontuários eletrônicos, que permitem acompanhar todo o histórico do paciente, tratamentos e medicações se adotados de forma mais segura, rápida e prática”, ressalta.

A hora é do eSocial

A partir de julho, o eSocial, será exigido a um rol de milhões de empresas. “Por que não aproveitar o momento e ampliar o uso, implantar uma ferramenta que permite reduzir custos e, o que é melhor, atuar em níveis de segurança altíssimos, que só a certificação digital permite?”, questiona o diretor da Serasa Experian, uma das certificadoras no Brasil. Na primeira fase, a certificação digital tornou os sistemas menos sujeitos às fraudes, facilitou envio de relatórios, o pagamento de tributos, entre outras. Aos poucos, novas funções foram agregadas.

Liliana Lavoratti é editora de fechamento

DCI