Empresa nacional vai às compras no mercado de certificação digital

Ana Paula Lobo … 17/04/2017 … Convergência Digital

O mercado de certificação digital ainda tem muito por crescer, mas precisa ganhar ‘independência’ do governo, afirma o CEO da Soluti, Michel Medeiros. A empresa, a única autoridade certificadora 100% nacional, foi às compras para se tornar a número 2 do mercado brasileiro, com 15% de market share, e adquiriu a unidade de negócios de certificação digital da DocuSign. O valor da transação não foi revelado pelas partes.

Em entrevista ao portal Convergência Digital, o CEO da Soluti afirma que é hora de as corporações entenderem as vantagens da certificação digital sem a obrigatoriedade do governo. “Foi e é fundamental que o governo exija o certificado digital para trabalhar com o cidadão, mas precisamos fazer muito mais. Temos mercados como prontuários eletrônicos na saúde”, pontua. Hoje, estima Medeiros, existem cerca de seis milhões de certificados digitais emitidos e a metade deles está ativo.

A aquisição da DocuSign é parte de uma estratégia de crescimento, a partir de compras de empresas – foram sete nos últimos dois anos. “Vamos para o mercado de assinatura eletrônica e gestão de transações digitais”, afirma Medeiros. A compra acrescenta 80 funcionários à carteira da Soluti e filiais próprias nos estados do Rio Grande do Norte, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Ceará, Piauí e Paraná, além de São Paulo, sede da operação, passando a ter mais de 900 colaboradores em todo o país.

“Nosso plano era fortalecer a presença em São Paulo, onde está o mercado mais movimentado do país”, reforça o CEO. O Estado representa mais de 20% das validações de certificados digitais. E quem pensa que a ida ao mercado acabou, se engana. “Há outras empresas no radar. Nossa ideia é crescer 40% e a aquisição de ativos é estratégico”, ressalta.

Para chegar perto das pequenas e médias empresas, a Soluti passa a contar com quase 2 mil parceiros em todo o país. Indagado se com esse perfil, a Soluti seria um ativo a ser adquirido por multinacionais, Medeiros não descarta uma venda. “Nós crescemos, viramos uma garota bonita e há muitos interessados em namorar conosco. Foi criada uma diretoria de expansão para avaliar essa possível fusão”, completa.

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