Corretores de seguros realizam validações de certificados digitais no exterior

No processo de emissão de um certificado digital, é obrigatória a validação presencial do titular do documento a ser emitido. Essa é a grande sacada do Sincor-SP ao inserir os corretores de seguros neste segmento, com a criação da ID Seguro, pois coloca os profissionais frente a frente com os titulares de certificados digitais. No caso de um cliente não poder ir até a Autoridade de Registro (empresa do corretor que realiza a emissão) existe a validação externa, quando o agente de registro leva seus equipamentos e atende no local solicitado. Existe uma remuneração extra para as validações externas, pelo deslocamento e pelo tempo em que se deixa de atender outros clientes na AR.

Os corretores de seguros estão indo cada vez mais longe nas validações externas e começam a ser demandados para viagens ao exterior.

Weber Fagnani, da AR Facsi, conta que a empresa tem recebido muitos contatos de brasileiros que moram nos Estados Unidos e não podem vir até o Brasil para emitir seu documento. “Normalmente são empresários brasileiros que se mudaram para o exterior, e desejam o certificado digital, que é uma premissa da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira e modelo de inspiração para demais países. Quem assina a documentação é a pessoa física e obrigatoriamente tem que ter um CPF registrado na Receita Federal Brasileira”, explica. A AR Facsi já fez duas validações externas nos Estados Unidos. A primeira aconteceu há três anos, e como Weber estava sem o visto americano, estabeleceu parceria com a AR Caporali, que enviou seu representante a Washington. “Na época ainda não tinha a coleta biométrica, mas era preciso fazer a conferência de documentos e assinatura. Hoje temos que levar equipamento, computador, scanner, digitalizador, máquina fotográfica e tomar todos os procedimentos como se estivesse dentro da AR”, relata.

Com o visto regularizado, Weber foi pessoalmente na segunda validação externa internacional, que aconteceu no fim de abril. Ele viajou até Miami, para emitir o certificado digital da filha de um cliente que teve sua bolsa roubada com todos os documentos, entre eles seu Green Card. “Como o processo de segunda via de um Green Card é muito burocrático, ela ficou com medo de vir ao Brasil e não conseguir retornar aos Estados Unidos, então facilitamos a situação”. Ele conta que já houve negociações para ir até um cliente que estava na China, mas o cliente acabou vindo ao Brasil.

Além do custo do certificado digital e a taxa extra de validação externa, todos os gastos com hotel, passagem e manutenção na cidade são negociados. Como em toda validação externa, o agente de registro tem que trabalhar em parceria com a AR – ele recolhe os documentos, insere no sistema Certiscan, para que outro agente de registro da AR, no Brasil, faça a dupla conferência.

A AR Minc também tem realizado diversas validações externas na Flórida, nos Estados Unidos. “Já tínhamos realizado algumas viagens para validações externas, e recentemente estávamos recebendo muitos contatos de empresários que se mudaram para lá. Entendemos que era uma boa oportunidade de expansão dos negócios”, afirma a gestora Sueli Minc. “Como temos um amigo de confiança que mora em Orlando, o capacitamos e o contratamos CLT como nosso agente de registro, agora em abril. Depois de ele realizar todos os cursos teóricos, enviamos uma representante da AR Minc para ficar um mês ensinando a prática e acompanhando as primeiras emissões de certificados digitais”. De Orlando, o agente de registro viaja até Miami, rincipalmente, e outras cidades do entorno – e neste caso é cobrada a validação externa. “Depois de crescer no mercado brasileiro, vamos dominar a América”, anima-se Sueli.

SINCOR SP