Pacote prevê criação do visto eletrônico

Tudo pode ser feito via web ou por um aplicativo, sem burocracia.

Além da abertura de capital para aéreas, o pacote anunciado, ontem, pelo ministro de Turismo, Marx Beltrão, contempla também emissão de vistos eletrônicos para países estratégicos. Até o fim de 2017, a ideia é que a medida passe a valer para turistas dos Estados Unidos (EUA), Canadá, Austrália e Japão, considerados emissores de turistas internacionais com alto poder aquisitivo. A concessão de vistos eletrônicos transforma todo o período de solicitação, pagamento de taxas, análise, concessão e emissão de visto num processo de 48 horas. Tudo pode ser feito via web ou por um aplicativo, sem burocracia.

Outro ponto destacado pelo representante da pasta tem a ver com a modernização do modelo de gestão do Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur. “Que começará com mudança da natureza jurídica de autarquia para Serviço Social Autônomo e do nome da instituição, que será alterado para Embratur – Agência Brasileira de Promoção do Turismo. Com a alteração da natureza, a Agência poderá atuar de forma mais competitiva no mercado turístico internacional; receber recursos privados para o desenvolvimento de projetos de interesses comuns, com reduzida burocracia; modernizar a gestão de pessoal; e manter estrutura física e quadro de pessoal no exterior”, informa comunicado do Ministério do Turismo. Qualificação profissional, melhor aproveitamento de áreas da União e fortalecimento dos órgãos estaduais de turismo também serão pontos trabalhados pelo novo projeto.

Fonte: Folha de Pernambuco

http://www.folhape.com.br/economia/economia/economia/2017/04/12/NWS,24083,10,550,ECONOMIA,2373-PACOTE-PREVE-CRIACAO-VISTO-ELETRONICO.aspx

Mediação digital bancária

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, se reuniu com a presidente do STF, Cármem Lúcia, para tratar dos avanços na celebração de acordo entre o BC e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) sobre a mediação por via digital, iniciativa que busca a redução de litigiosidade entre consumidores e bancos. A expectativa é que o acordo seja assinado entre o fim de abril e o início de maio. O BC vem trabalhando em medidas que buscam reduzir a judicialização na relação entre bancos e seus clientes. As medidas fazem parte da “Agenda BC+”. (Eduardo Campos)

Fonte: Valor Econômico

Soluti adquire unidade de negócios de certificação digital da DocuSign no Brasil

Segundo a empresa, com a aquisição ela se torna a segunda maior emissora de certificados digitais no país. O valor do negócio não foi revelado

A Soluti, empresa especializada em segurança e certificação digital, acaba assinar acordo para a aquisição da unidade de negócios de certificação digital da DocuSign no Brasil.  Os termos financeiros do negócio não foram revelados.

Com a compra, a Soluti adicionará 11 novas unidades próprias e assumirá a segunda colocação no ranking das autoridades certificadoras no país com 15% de participação de mercado. Em comunicado, ela diz que a aquisição permitirá que aumenta sua cobertura e capilaridade, passando a contar com 1,8 mil pontos de atendimento aos clientes no Brasil, praticamente dobrando o índice atual.

“Além de ganhar mais capilaridade, com esta aquisição, a Soluti fortalece a presença em São Paulo, notadamente o mercado de segurança digital mais movimentado do país”, afirma Michel Medeiros, CEO da Soluti. São Paulo representa mais de 20% das validações de certificados digitais e é um dos principais alvos da Soluti para atingir a meta de 40% de crescimento neste ano.

Nos últimos dois anos, com o objetivo de expandir a atuação, a Soluti investiu na aquisição de sete empresas, com sinergia com seu negócio, e no estabelecimento de parcerias estratégicas com companhias de segurança da informação. “E novas aquisições estão em nosso radar, ainda neste ano”, adianta Vinícius Sousa, presidente do conselho administrativo da Soluti.

“Estamos satisfeitos de termos acordado a venda da nossa operação de certificação digital do Brasil, a partir de agora o foco da nossa equipe está no avanço de nossa liderança como padrão global em gestão de transações digitais (DTM) e assinatura eletrônica no Brasil e em todo o mundo”, diz Marco Américo D. Antonio, vice-presidente de operações Latam da Docusign.

Com a aquisição, a Soluti absorverá 80 funcionários e filiais próprias nos estados do Rio Grande do Norte, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Ceará, Piauí e Paraná, além de São Paulo, sede da operação, passando a ter mais de 900 colaboradores em todo o país.

A previsão é que o negócio seja concluído no fim de maio próximo, após a conclusão de obrigações contratuais e de não competição da Docusign.

Fonte: Computerworld

http://computerworld.com.br/soluti-adquire-unidade-de-negocios-de-certificacao-digital-da-docusign-no-brasil

Sistema permite usar selfies para declarar imposto de renda

O Departamento de Receita do Estado do Alabama, nos EUA, anunciou ontem uma parceria com a empresa de certificação digital MorphoTrust para seu sistema de imposto de renda. Por meio da parceria, os cidadãos do estado poderão declarar seus impostos de renda estatais por meio de um aplicativo, enviando selfies suas para provar que são quem realmente dizem ser.

Segundo a MorphoTrust, a segurança desse método é garantida por um sistema chamado eID, ou identificação digital. Ele exige que o usuário escaneie algum documento seu e, depois, tire uma foto do próprio rosto. O sistema então compara as duas fotos para ver se elas conferem, e as compara também com imagens da base de dados do estado. Com isso, a autenticação digital se torna tão confiável quanto outros tipos de identificação.

Vantagem digital

De acordo com o Engadget, o estado pretende incentivar seus cidadãos a usar o aplicativo para declarar seus impostos. Para isso, pessoas que declararem dessa maneira terão suas declarações favorecidas na fila da restituição: em outras palavras, quem enviar as selfies receberá a restituição do imposto de renda mais cedo.

A ideia é tornar mais fácil o processo de declaração para ajudar a reduzir os casos de inadimplência. Segundo a Fortune, a inadimplência custa mais de US$ 400 bilhões aos EUA todo ano; portanto, faz sentido que o estado invista em um mecanismo para amenizar esse problema. Por outro lado, o Engadget também ressalta que esse tipo de sistema ajuda o estado a criar uma base de dados sobre seus cidadãos que pode, eventualmente, ser usada para fins negativos.

Com a popularização de sistema de autenticação biométrica, fotos do próprio rosto podem ser usadas para uma variedade cada vez maior de serviços. A Mastercard, por exemplo, já vem estudando um método para permitir que usuários usem selfies para pagar por outras compras.

Fonte: Olhar Digital

https://olhardigital.uol.com.br/noticia/sistema-permite-usar-selfies-para-declarar-imposto-de-renda/67453

Wolters Kluwer e MV integram suas tecnologias para combater erros de medicação

Parceria guarnecerá a equipe clínica com informações valiosas relacionadas às decisões sobre medicamentos, entregues de forma eficiente dentro do prontuário eletrônico do paciente (PEP), municiando o time clínico com alertas sobre potenciais interações medicamentosas, duplicidade de terapias, erros de dosagem e contraindicações

A divisão de Saúde da Wolters Kluwer, líder mundial para a indústria de saúde no fornecimento de soluções e informações para o momento de cuidados ao paciente, e a MV, fornecedora líder em sistemas de gestão de saúde, anunciam a integração de suas soluções. O Medi-Span®, sistema de suporte à decisão de prescrição de medicamentos, agora pode ser incorporado ao prontuário eletrônico do paciente (PEP) da plataforma SOUL MV®, primeiro do Brasil com certificação digital homologada pelo SBIS-CFM (Sociedade Brasileira de Informática em Saúde). Com esta integração será possível cruzar as referências e visualizar dados relacionados às medicações dos pacientes, evitando riscos potenciais, incrementando a segurança da medicação, melhorando resultados e reduzindo custos.

Atualmente, os eventos adversos relacionados a medicamentos são uma patologia emergente com grande repercussão assistencial, social e econômica. No Brasil, cerca de 70% das consultas médicas são seguidas de prescrições e, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 75% das prescrições médicas feitas no país possuem chance de erro. A incidência dos eventos adversos impacta o sistema de saúde com gastos desnecessários, diminuição da disponibilidade de leitos, sofrimento dos pacientes, problemas judiciais, além de abalar seriamente a reputação de uma instituição.

“Este cenário reforça a importância de garantir aos profissionais de saúde o acesso a uma base consistente de informações para guiar a medicação segura e, assim, reduzir erros de prescrição e incrementar a segurança do paciente”, afirma Fabio Lia, diretor de alianças estratégicas da Wolters Kluwer.

Ao acessar o recurso Medi-Span a partir do próprio prontuário eletrônico do paciente (PEP), a equipe clínica recebe alertas automáticos sobre medicamentos, potenciais interações medicamentosas, duplicidade de terapias, erros de dosagem e contraindicações. Desta forma, a incorporação do Medi-Span ao PEP do SOUL MV® proporciona uma triagem sofisticada, sensível ao contexto e com base em informações disponíveis no sistema, sobre cada paciente, sem interferir no fluxo de trabalho e sem gerar condições indesejáveis como a “fadiga de alertas”.

Para o diretor corporativo Comercial da MV, Mozart Marin, estabelecer mais uma integração à tecnologia MV, agregando mais valor aos nossos clientes e, principalmente, mais agilidade no acesso a informações confiáveis dentro do sistema, reforça o compromisso da empresa no suporte aos profissionais de Saúde para aprimoramento do desempenho clínico. “Com a consolidação desta parceria, hospitais e pacientes ganham também aumento de segurança nos tratamentos. Essa é uma parceria que traz para a área da Saúde no Brasil mais eficiência, humanização e sustentabilidade”, comenta o gerente Comercial de Produtos da MV, Tércio Arruda, que participou da formalização de contrato junto à Wolters Kluwer.

Em 2017, a MV completa 30 anos, norteada pela missão de tornar a Saúde mais humanizada e eficiente por meio da TI. Com soluções para hospitais, clínicas, operadoras de planos de Saúde, centros de medicina diagnóstica e redes de Saúde Pública, a MV não só se tornou líder nacional em desenvolvimento de softwares de gestão para a Saúde, como construiu um legado no sistema brasileiro. São mais de 1000 instituições e 375 mil usuários utilizando as soluções MV para oferecer eficiência, agilidade, precisão e segurança na prestação de serviços na Saúde. E esse número cresce a cada ano, sobretudo, com a expansão da atuação na América Latina e os reconhecimentos internacionais da qualidade das soluções MV. Para saber mais, acesse www.mv.com.br.

Fonte: Portal Segs

http://www.segs.com.br/saude/60434-wolters-kluwer-e-mv-integram-suas-tecnologias-para-combater-erros-de-medicacao.html

IMA é credenciada para emissão de certificado digital

A Informática dos Municípios Associados (IMA) foi credenciada pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) e passará a emitir certificados digitais, abrindo um novo mercado para a empresa de serviços em tecnologia da informação e comunicação e que é responsável pelo desenvolvimento, manutenção e evolução de todos os sistemas que atendem a Prefeitura de Campinas. O novo serviço, segundo estimativa do presidente da empresa, Fernando Garnero, deverá ampliar o faturamento em R$ 6 milhões anuais.
O certificado digital é um documento eletrônico expedido por uma Autoridade Certificadora que funciona basicamente como uma carteira de identidade eletrônica e que possibilita a troca segura de informações entre duas partes, com garantia da identidade do emissor, integridade da mensagem e confidencialidade. O processo de certificação digital utiliza procedimentos lógicos e matemáticos bastante complexos para assegurar confidencialidade, integridade das informações e confirmação de autoria.
Garnero acredita que só na região de Campinas há um mercado para emissão de 20 mil certificados digitais anuais — a IMA fornecerá os certificados e o Serpro atuará como guardião dos documentos. A empresa contratava a Serasa para a emissão de seus certificados e agora passará a ser sua concorrente.
O certificado digital é uma assinatura com validade jurídica que garante proteção às transações eletrônicas e outros serviços via internet, permitindo que pessoas e empresas se identifiquem e assinem digitalmente de qualquer lugar do mundo com mais segurança e agilidade.
A emissão dos certificados é parte do projeto da presidência de expandir os serviços da empresa pública para outras cidades e atender o setor privado. Hoje, a IMA não se sustenta e precisa de vários aportes do Executivo.
Garnero afirmou que a IMA está preparada para prestar serviços e levar todas as tecnologias que foram criadas nos últimos anos a outros municípios e atender as iniciativas privadas. “Acredito que a IMA irá cada vez mais atender o povo campineiro. Mas, paralelamente vamos expandir e mostrar o quanto é importante a empresa no contexto nacional e levar o nome de Campinas como excelência na área de tecnologia”, disse.
Criada há 40 anos, a empresa pública presta serviços nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e é responsável pelo desenvolvimento, manutenção e evolução de todos os sistemas dos órgãos do poder público do município e região. A IMA tem hoje como principal acionista a Prefeitura de Campinas.
Fonte: Correio Popular
http://correio.rac.com.br/_conteudo/2017/04/campinas_e_rmc/476211-ima-e-credenciada-para-emissao-de-certificado-digital.html#

Documento único

A cada dois anos, o brasileiro enfrenta uma tarefa árdua: encontrar o título de eleitor. Embora seja possível votar só com a cédula de identidade, a prudência aconselha recorrer ao título por duas razões.

A primeira: no documento da Justiça Eleitoral se acha a informação quanto à zona e à seção em que lhe cabe exercer o direito. Se confiar na memória e, porventura, a seção tiver mudado de local, pode ver-se impedido de votar.

A segunda: recomenda-se guardar os canhotos de comprovação do voto junto do título. Isso porque, como forma de fazer valer a obrigatoriedade do pleito, o Estado exige, para que sejam tirados outros documentos (como passaporte e CPF), prova do voto no sufrágio anterior.

Logo se vê que o poder público não está no mundo para facilitar a vida do cidadão. Cada um dos documentos —título de eleitor, RG, passaporte, CPF, CNH, carteira de trabalho— possui um número diferente e fica cadastrado em repartições separadas.

Uma providência óbvia seria reunir todos esses papéis numa cédula só e num cadastro único. Como nem sempre o que é óbvio se mostra também fácil, sobretudo no Brasil, essa medida nunca saiu dos planos –até agora.

O Senado Federal aprovou a criação da Identificação Civil Nacional, que ainda depende de sanção presidencial. Também chamada de documento único, a inovação pressupõe uma só base de dados com todos os registros do cidadão.

Esses dados seriam associados a um número apenas (CPF) e à informação biométrica, como a impressão digital colhida eletronicamente. O sistema se materializaria num Documento de Identificação Nacional (DIN, nova sigla para a selva nacional de acrônimos).

O cadastro ficaria com a Justiça Eleitoral; Estados e municípios teriam acesso à base de dados.

Não é demais lembrar que o Registro Geral (RG) nunca foi, de fato, geral. Jamais se estabeleceu um sistema eficiente de comunicação e consultas entre os governos estaduais responsáveis pela emissão de cédulas de identidade.

Com isso, como revelou reportagem de 2013 nesta Folha, qualquer um podia obter vários números de RG em diferentes unidades da Federação. Os comprovantes de identidade permitiam, enfim, constituir múltiplas personalidades.

O documento único é uma boa ideia, mas é necessário haver mais que ideias para não criar um novo papel a infernizar a vida do cidadão.

editoriais@grupofolha.com.br

EDITORIAL

http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2017/04/1875521-documento-unico.shtml

Tecnologia ‘blockchain’ promete revolucionar armazenagem de dados

Uma nova tecnologia chamada blockchain promete revolucionar a armazenagem de dados digitais, com mais segurança e transparência.

RAPHAEL HERNANDES
DE SÃO PAULO

Esse sistema rompe o padrão usado atualmente por bancos de dados, inclusive os usados por instituições financeiras, para armazenar informações de seus clientes.

Hoje, os servidores são centralizados, mantidos e controlados pelo seu dono. Se alguém transfere dinheiro pela internet, o banco A precisa verificar em seus registros se há fundos disponíveis para informar o banco B. Se há erro no processo, o segundo acaba prejudicado.

Com o blockchain, em vez de concentrar tudo num lugar só, os bancos de dados são espalhados por uma rede com várias máquinas conectadas, em diversos locais, cada uma com uma cópia do conteúdo. Tudo gerenciado de forma compartilhada.

Os dados são armazenados em blocos de informação criptografada, que se conectam como uma corrente –daí o nome “cadeia de blocos”, em inglês. Com tudo interligado, é impossível excluir uma informação depois que ela foi inserida no sistema.

“A questão é que usar um banco de dados convencional facilita fraude. A partir do momento em que a estrutura está distribuída, [fraudar o conteúdo] é praticamente impossível”, diz Paschoal Baptista, sócio da consultoria Deloitte.

Isso porque, para que alguma alteração aconteça, o blockchain tem que entrar em consenso. As várias máquinas que guardam a informação precisam concordar que aquele processo é válido.

Se um computador for hackeado, os outros conectados à rede perceberão a fraude e poderão corrigir o problema.

No caso da transação bancária, em vez de só o banco A checar os fundos, toda a rede o faria –e o banco B teria acesso a essa rede.

A segurança da tecnologia, no entanto, não é perfeita. “Não há nada 100% seguro”, diz Rafael Sarres de Almeida, professor do Universitário de Brasília e analista de TI do BC.

Almeida diz que é importante manter os protocolos de funcionamento do blockchain atualizados. “Hoje está seguro. Há como manter assim agindo ativamente no caso de qualquer falha, mas, se não tomar nenhuma atitude alterando as regras de criptografia, no futuro você pode ter um problema grave.”

NA PRÁTICA

O blockchain já é usado em alguns processos. Ele surgiu em 2008 como a infraestrutura responsável pela moeda virtual bitcoin. Seu uso ampliado, porém, é algo novo e está em fase de estudos, por isso ainda não há muitas aplicações concretas disponíveis.

Um dos usos práticos são os contratos virtuais inteligentes, que fazem com que ações aconteçam automaticamente segundo parâmetros determinados entre as partes. Por exemplo, fazer o pagamento de uma multa caso um termo não seja cumprido.

Outro caso é o da empresa britânica Everledger, que usa a tecnologia para rastrear diamantes desde a produção até o consumidor final para garantir são verdadeiros.

COMO A INTERNET EM 94

“O blockchain é muito similar à internet em 1994. Muitas pessoas falam sobre seu potencial, mas poucos sabem aproveitá-lo”, resume Brian Behlendorf, diretor-executivo do Hyperledger, projeto colaborativo mantido pela Linux Foundation –que tem apoio de gigantes como Intel e IBM–, que visa o desenvolvimento desse sistema. “A sensação é de uma revolução.”

Segundo especialistas, as implementações vão desde sistemas para evitar fraudes em bancos a postes inteligentes que alertam a polícia ao ouvir barulhos de tiros e mecanismos para ajudar a controlar a qualidade da carne.

Tal Eisner, diretor de produtos da empresa israelense de cibersegurança ThetaRay, diz que o mercado ainda não compreendeu a tecnologia. “Essas conexões de certa forma invisíveis são ainda um problema, pois atraem hackers e ameaças”, afirma.

Relatório da consultoria Greenwich Associates aponta que um dos grandes desafios será estabelecer o mecanismo de consenso do blockchain que chancela e registra as operações em cada rede.

Para Jonatas Leandro, da IBM Brasil, o sistema passará por três fases até se consolidar: pesquisa, aprendizado e experimentação; exploração pontual, que já começou; e uniformização.

Bancos disputam domínio de tecnologia para proteção de dados

Empresas brasileiras do setor financeiro disputam a corrida mundial por quem domina primeiro o blockchain.

A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) criou uma comissão e um grupo de trabalho especificamente para tratar do assunto.

“A gente entende que o blockchain está no que foi o internet banking na segunda metade dos anos 1990″, diz Richard Flávio da Silva, superintendente-executivo de arquitetura de TI do Santander. “Achamos que será uma solução adotada em escala dentro de três a seis anos.”

Globalmente, o Santander pesquisa a ferramenta desde 2015. No Reino Unido, possui um aplicativo que usa o sistema para transferências bancária internacionais –a versão-piloto deve chegar ao Brasil nos próximos meses.

Em 2016, a Visa apresentou o B2B Conect, projeto que pretende usar blockchain como forma segura de pagamentos entre empresas –e que deve ser lançado ainda em 2017, mas sem data para chegar ao Brasil.

Enquanto faz pesquisas na área, a MasterCard oferece a parceiros acesso a uma rede experimental de blockchain focada em transações e em contratos inteligentes.

Outro que vê a tecnologia com bons olhos é o Original. “Estamos pegando cada ferramenta da operação bancária e testando se seria viável no blockchain”, afirma Guga Stocco, chefe de inovação e estratégia do banco.

Marcelo Yared, chefe de tecnologia do Banco Central, ressalta a questão da confiança nesses novos protocolos. Ele estima que as instituições financeiras adotem o sistema em até cinco anos.

RG ROUBADO

O Banco do Brasil desenvolve um sistema para armazenar casos de fraudes. Seriam registrados –e compartilhados com outros bancos e cartórios–, por exemplo, RGs roubados que estão sendo usado por fraudadores.

“Com um sistema centralizado [que é o usado hoje] eu poderia fazer o mesmo serviço, mas quem usasse teria que confiar no BB”, diz Alexandre Conceição, gerente-geral de tecnologia da instituição.

Com o blockchain, todos os participantes da rede teriam uma espécie de guarda compartilhada da base de dados. “O nível de confiança é maior”, diz Conceição.

Para Edilson Osorio Junior, presiente-executivo da OriginalMy.com, que usa blockchain para registrar a autenticidade de documentos digitais e contratos, a tecnologia faz com que não seja necessária a confiança em pessoas. “Ela vem diretamente no algoritmo.”

Bovespa, Bradesco e Itaú fazem parte do R3, consórcio internacional que trabalha na pesquisa e desenvolvimento de soluções para uma rede do próprio grupo. Cerca de 70 instituições financeiras estão no projeto –entre elas Barclays, Deutsche Bank e JPMorgan.

“É uma relação de suporte. Tem uma relação próxima de consultoria e dá para a gente entender os cases lá de fora e tentar ver o que é útil”, diz Antranik Haroutiounian, diretor de Pesquisa e Inovação do Bradesco.

Um dos frutos do R3 é uma plataforma batizada de Corda, que se inspira no blockchain para facilitar transações entre seus membros. No caso dela, a ideia é um modelo que a torne mais eficiente no mercado financeiro.

FOLHA DE S. PAULO

http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2017/04/1875723-tecnologia-blockchain-promete-revolucionar-armazenagem-de-dados.shtml

Banco avalia ação judicial após Kaspersky exagerar ataque hacker

O Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) avalia uma ação judicial contra a empresa de segurança russa Kaspersky Lab que divulgou um ataque contra uma instituição financeira, cujo nome não foi revelado, mas possui as mesmas características da companhia gaúcha. A insinuação foi o suficiente para que ao menos dois sites de tecnologia e uma empresa de segurança apontassem o banco como alvo ou possivel alvo da ação. Porém, há divergências do ocorrido na data do ataque e um especialista ouvido pelo G1 observa “extrapolações” por parte da empresa russa.

O ataque foi divulgado no Security Analyst Summit (SAS), um evento da própria Kaspersky Lab, na terça-feira passada (4). O analista russo Dmitry Bestuzhev e o brasileiro Fabio Assolini relataram um ataque em que a página de um grande banco passou a distribuir um vírus para roubar não só as senhas dessa instituição financeira, mas também as de outras empresas. Segundo eles, os hackers conseguiram isso ao ter tomado o controle da gestão do endereço de internet do banco alvo no dia no dia 22 de outubro.

Com o controle sobre o endereço de internet, os invasores teriam conseguido acesso quase total ao banco, inclusive ao e-mail corporativo dos 36 endereços de internet (domínios, na linguagem técnica) da instituição. Os analistas chegaram a afirmar, segundo a revista de tecnologia “Wired”, que acreditam que os invasores teriam “redirecionado todo o tráfego de caixas eletrônicos e pontos de venda do banco para roubar dados de cartões de crédito” e que a instituição ficou impossibilitada de mandar e-mails.

“Tudo perdido em questão de horas: Kaspersky Lab descobre sequestro relâmpago da rede digital de um banco” foi o título de um comunicado da Kaspersky Lab à imprensa, que também não menciona o nome da instituição. Apesar do “tudo perdido”, a companhia russa, admite desconhecer a dimensão do prejuízo. Na mídia internacional, a Kaspersky Lab disse também que o banco não veio a público sobre o ocorrido.

Apesar de não terem citado o nome do banco, os analistas revelaram diversos dados da instituição: atua no Brasil, mais de 500 agências, ativos de aproximadamente US$ 25 bilhões (cerca de R$ 75 bilhões), fundada no início do século XX e presença nos Estados Unidos e nas Ilhas Cayman. Citibank (se considerar apenas Brasil), Banco Votorantim e Banrisul possuem ativos no patamar indicado, mas, dos três, só o Banrisul possui o número de agências similar ao descrito pela companhia. O banco gaúcho foi fundado em 1928.

A data do ocorrido também coincide com a de um ataque idêntico ao descrito pelos especialistas e que foi apontado na época pelo próprio Fabio Assolini, via Twitter (o caso foi registrado pelo G1). O alvo do ataque era o Banrisul, mas o analista apagou o tuíte (foto). A empresa foi consultada sobre isso, mas não respondeu até a publicação da reportagem.

Essas semelhanças e outras informações permitiram que ao menos dois sites de tecnologia brasileiros, o “Gizmodo” e o “Adrenaline”, e uma empresa de segurança, a SSL Store, associassem o ataque ao Banrisul. No Twitter e em fóruns na web, como o “WebHosting Talk”, outros internautas também levantaram o nome do banco.

Mas as estimativas de duração e impacto do ataque divergem do que foi sofrido pelo Banrisul, e muito. Embora o ataque contra o site do banco em si tenha durado cinco horas, a Kaspersky Lab alega que a ação estudada por seus especialistas teve uma preparação prolongada e se estendeu por meses. Os invasores, já com o controle do domínio durante todo esse tempo, teriam emitido um certificado digital em nome da instituição e depois aguardado a hora para realizar o ataque, que ocorreu no dia 22, um sábado, “quando as equipes de segurança estão menos ativas”, explica a empresa.

“O trabalho de dimensionamento, contratação de nuvem e [a emissão de três certificados digitais em nome do banco] indicam que, de fato, o compromisso inicial da gestão do DNS [endereço de internet] tinha acontecido muito antes do ataque, que finalmente aconteceu em outubro 2016″, disse a Kaspersky Lab à coluna Segurança Digital.

Esses detalhes, a princípio, não estão em linha com o que aconteceu no dia 22 de outubro ou com o Banrisul. A “gestão do DNS” a qual a Kaspersky se refere é uma conta no Registro.br, o serviço brasileiro para gestão de endereços de internet. Quem possui um endereço terminado em “.br” deve possuir uma conta (usuário e senha) no Registro.br para representa-lo. É apenas a senha do banco nesse serviço que teria sido obtida pelos invasores.

Frederico Neves, diretor de Serviços e de Tecnologia do NIC.br, que gerencia o Registro.br, garantiu, sem citar o nome da instituição, que não houve acesso prolongado de “meses” à conta do banco, nem exploração de falha no serviço prestado pelo NIC.

Segundo o especialista, a conta envolvida no ataque do dia 22 foi acessada indevidamente apenas “algumas horas” antes do ataque através do mecanismo de recuperação de senhas. “Os autores do trabalho [analistas da Kaspersky] demonstram ter acesso parcial a evidências do evento e extrapolaram dados apresentados”, disse Neves. O NIC.br publicou um comunicado sobre o caso nesta terça-feira (11), reforçando que não houve brecha no serviço prestado pela organização.

O Banrisul diz desconhecer qualquer relação do incidente com o que foi divulgado pela Kaspersky Lab, “pois muitos dados, em especial os relativos à extensão dos danos, domínios e canais afetados e profundidade do ataque, não conferem com o incidente efetivamente enfrentado por nossa instituição no ano passado”.

Segundo o banco, a ação de “origem externa à sua infraestrutura”, foi imediatamente tratada e não gerou prejuízo aos clientes. Também diferente do que afirma a Kaspersky Lab – de que o banco não veio à público sobre o ocorrido -, o Banrisul reconhece o incidente, apenas não a extensão e o potencial de prejuízo especulado pela Kaspersky Lab.

Apesar de não reconhecer o ataque tal como descrito, o banco, que acabou apontado por terceiros como a instituição envolvida nas revelações, revelou estar estudando uma ação judicial com base no artigo 3º da lei 7.492. A lei prevê reclusão de até seis anos para quem “divulgar informação falsa ou prejudicialmente incompleta sobre instituição financeira”.

Certificados digitais e infraestrutura
Foi um detalhe técnico dado sobre o ataque que permitiu à certificadora SSL Store apontar o Banrisul como possível alvo do ataque discutido pelos analistas da Kaspersky Lab: o uso de um certificado assinado pela Let’s Encrypt. A empresa apontou para a existência de registros públicos que provam a emissão de dois certificados para endereços do Banrisul no dia 22 de outubro. (veja o relato da empresa, em inglês, e a imagem ao lado)

A Let’s Encrypt é uma organização que assina certificados digitais gratuitamente para promover a segurança na web. Um certificado da Let’s Encrypt vale por 90 dias, mas o dono do endereço de internet pode sempre renová-lo.

Josh Aas, fundador da Let’s Encrypt, explicou ao G1 que o sistema da Let’s Encrypt funciona validando o controle do endereço. “Certificados do tipo Domain Validation (DV) garantem o controle sobre nomes de domínio [endereços] e se o controle do DNS foi perdido, então o domínio foi perdido”, explicou ele. Porém, como o sistema da Let’s Encrypt é inteiramente automatizado, qualquer certificado emitido para um invasor pode ser imediatamente revogado após a recuperação do endereço.

No caso do Banrisul, apenas um dos dois certificados foi revogado. Questionado, o banco não comentou sobre esse fato. Certificados digitais podem ser empregados para dar mais legitimidade ao ataque chamado “man in the middle”, que ocorre quando um invasor interfere com o acesso do internauta. Redes sem fio públicas são as mais vulneráveis a esse tipo de técnica, e é por isso que usuários são orientados a não acessar serviços financeiros por meio delas.

O fundador da Let’s Encrypt explicou que essa é uma das razões para os certificados da organização durarem apenas 90 dias: mesmo que o dono de um endereço não revogue o certificado, o site não ficará exposto a ataques por 12 a 36 meses, que é a duração de certificados tradicionais.

A informação da Kaspersky Lab envolvendo a Let’s Encrypt, porém, guarda mais um ponto de divergência no caso. Segundo a Kaspersky Lab, um certificado da Let’s Encrypt teria sido registrado seis ou cinco meses antes do ataque do dia 22 de outubro (a empresa não informou a data exata).

Só que emitir esse certificado seria um tanto arriscada para os criminosos, pois o banco poderia perceber algo de errado e bloquear o ataque. Sendo um certificado da Let’s Encrypt válido por apenas 90 dias, ele não estaria válido cinco meses depois, embora um dos textos da Kaspersky Lab sugira exatamente isso (“meses antes do incidente, os invasores geraram um certificado digital SSL legítimo em nome do banco e o utilizaram durante o ataque”, veja). A empresa russa justifica que foram usados três certificados diferentes, mas não informou se outra certificadora além da Let’s Encrypt – que emitiria um certificado mais duradouro – foi envolvida.

Com isso, tem-se mais uma divergência. A Let’s Encrypt garante que emitiu apenas dois certificados para endereços “Banrisul”, nenhum deles com mais de 90 dias. “Se existiu um terceiro certificado emitido bem antes, ele não é nosso ou não tinha ‘banrisul’ no nome. Teria curiosidade de ver esse certificado, se ele de fato existe”, afirmou Aas.

Questionada, a Kaspersky Lab não informou em que condições o tal terceiro certificado foi encontrado, justificando que a “investigação está em andamento”.

A última alegação da Kaspersky Lab, de que os criminosos “dimensionaram a infraestrutura” para receber o fluxo de visitas de uma grande instituição financeira, também é problemática. No caso do Banrisul, os criminosos utilizaram Google Cloud, um serviço de “nuvem” do Google. A vantagem de serviços em nuvem é justamente não exigir muito planejamento: a qualquer momento ele pode se expandir para atender mais visitantes. Além disso, o Google Cloud oferece uma avaliação gratuita do serviço, que também é pós-pago.

Com tantas divergências, é impossível afirmar que a Kaspersky Lab está realmente falando do incidente do Banrisul. Por outro lado, dadas as informações do banco gaúcho e a data do ataque, não parece haver outra instituição que se encaixe no incidente. Com a riqueza de dados sobre a vítima aliada à falta de detalhes técnicos precisos, no momento fica difícil acreditar que esse incidente, tal como descrito pela Kaspersky Lab, realmente ocorreu com qualquer instituição no Brasil.

G1

http://g1.globo.com/tecnologia/blog/seguranca-digital/post/banco-avalia-acao-judicial-apos-kaspersky-exagerar-ataque-hacker.html

Emissão de certificados digitais cresce 20%

Cada vez mais, a comunicação é transferida do meio físico para o virtual. Nas empresas, processos que antes acumulavam papéis são agora realizados pela internet. É assim na hora de cumprir obrigações junto aos órgãos públicos, como Receita Federal e Justiça, e também para realizar tarefas pessoais, como vender ou comprar um bem. Seguramente, um dos instrumentos que viabilizaram essa mudança foi o certificado digital, que autentica o usuário no meio virtual e confere validade jurídica a e-mails e documentos assinados eletronicamente. Para ter ideia da magnitude desse mercado, em 2016 foram emitidos quase três milhões de certificados digitais, segundo o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). Um aumento de 20% comparado com o ano anterior.

É preciso, no entanto, estar alerta sobre as especificidades do uso do certificado digital. Embora no ambiente virtual seja feito uso de documentos eletrônicos, isto é, documentos digitalizados, o certificado digital não dispensa a guarda de documentos. Esse é um mito. As empresas precisam ter o cuidado de imprimir os comprovantes dos pagamentos feitos ao Fisco, ao passo que as pessoas físicas devem guardar recibos das transações, o que pode ser feito no computador, salvando sempre a documentação assinada eletronicamente.

Sobre a tecnologia que envolve a certificação, pode-se dizer que o sigilo e a autenticidade são inerentes ao certificado digital. O sistema de chaves criptografadas é atualmente a forma mais sofisticada e segura de acesso à informação. Mas isso também não isenta o usuário de alguns cuidados. Nesse sentido, vale lembrar que o certificado digital é intransferível e deve ser usado apenas por seu titular. Quando alguém compartilha o certificado com terceiros, corre o risco do uso indevido do documento. É como se o terceiro tivesse o RG e o CPF do titular do certificado em mãos e ainda pudesse fazer uso da assinatura dele para validar contratos, comprar e vender bens, entre outras operações. Isso porque o certificado confere validade jurídica a tudo que for assinado com ele. Você não quer passar cheque em branco assinado, quer?

Quando o titular de um certificado precisar de um terceiro para representá-lo, deve fazer uma procuração eletrônica, informando a validade da procuração e a que fim se destina. O procurador, nesse caso, deverá fazer uso de um certificado digital próprio para cumprir a tarefa.

O governo vem ampliando a exigência da adoção da identidade digital para as empresas, que precisam do certificado para estar em dia com o Fisco. Mas não são só elas que precisam ter o certificado digital. Esse é outro mito. Prova disso é que o número de certificações digitais pessoa física também aumentou. Só de janeiro a abril de 2016, foram cerca de 340 mil emissões desse tipo. As mudanças no mercado de trabalho e o aumento da mobilidade justificam, em parte, esses números. Uma pesquisa do Home Office Brasil mostrou que, comparado a 2014, em 2016 aumentou 50% o número de empresas que implantaram o trabalho fora do escritório.

Quem faz uso da certificação não precisa estar em um lugar fixo. Mesmo em trânsito, consegue realizar tarefas, sejam elas de ordem profissional ou pessoal, estando livre ainda de autenticações por autenticidade (verificação do cartão de assinatura no cartório) ou veracidade (quando é requerida a presença física do solicitante). Essa maneira de encurtar distâncias físicas e economizar tempo na hora de cumprir com a burocracia traz para o dia a dia de cada um de nós, além de mais segurança, um pouco mais de conforto.

Fonte: Notícias do Dia

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