Assinatura eletrônica em projetos de iniciativa popular aguarda decisão na CCJ

Entrega das assinaturas do projeto da Lei da Ficha Limpa, em setembro de 2009, que resultou na mais conhecida legislação originária de uma proposta de iniciativa popular Rodolfo Stuckert/CD

Entrega das assinaturas do projeto da Lei da Ficha Limpa, em setembro de 2009, que resultou na mais conhecida legislação originária de uma proposta de iniciativa popular
Rodolfo Stuckert/CD

Apresentado em junho deste ano pelo senador Reguffe (sem partido-DF), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 267/2016 permite que cidadãos brasileiros assinem projetos de lei de iniciativa popular por meio de assinatura eletrônica. A proposta aguarda a escolha de relator na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), onde será votada em decisão terminativa.

A apresentação de projeto de lei de iniciativa popular é uma das formas de a população brasileira exercer a soberania popular, de acordo com a Constituição de 1988. As outras formas são o sufrágio universal, com voto direto e secreto e com valor igual para todos; o plebiscito e o referendo.

Conforme a Constituição, a sociedade pode apresentar projetos de lei ao Congresso, desde que a proposta seja assinada por um número mínimo de cidadãos, correspondendo a, pelo menos, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, no mínimo, cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

A Câmara dos Deputados tem um formulário padronizado para a coleta das assinaturas por parte da população. Cada apoiador do projeto de iniciativa popular tem de escrever nome completo, endereço, número do título eleitoral e assinatura. Entretanto, de acordo com a legislação atual, só são válidas assinaturas feitas de próprio punho pelo eleitor.

A proposta de Reguffe permite que os eleitores apoiem esses projetos por meio de assinaturas eletrônicas, o que pode ser feito pela internet, sem a necessidade de o eleitor assinar um papel, algo como uma assinatura virtual. O senador também diminui para apenas nome e título de eleitor (ou CPF) os itens da lista de assinaturas e determina que a Justiça Eleitoral ficará encarregada de verificar a quantidade e validade das assinaturas.

O projeto altera a Lei 9.709/1998. Se aprovado, as assinaturas de apoio poderão ser físicas ou eletrônicas.

A Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/2010) é o exemplo mais conhecido de projeto de lei de iniciativa popular que foi transformado em lei. Outros exemplos são a Lei Daniella Perez (Lei 8.930/1994), a Lei de Combate à Compra de Votos (Lei 9.840/1999) e a Lei do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (Lei 11.124/2005).

Agência Senado/Augusto Castro