Mercado deve triplicar até 2020

Por Domingos Zaparolli | Para o Valor, de São Paulo

O uso da biometria está em rápida expansão no mundo. Pesquisa de mercado realizado pela BCC Research projeta crescimento no faturamento global com a tecnologia de US$ 14,9 bilhões em 2015 para US$ 41,5 bilhões em 2020. Essa expansão é impulsionada por uma maior confiabilidade dos sistemas, redução dos custos de implementação, e devido à incorporação de novas técnicas, como a identificação facial, pela íris, voz, veia, ou o desenho da palma da mão, que se unem à tradicional impressão digital em soluções multibiométricas. Célio Ribeiro, presidente­executivo da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia em Identificação Digital (Abrid), diz que o mercado brasileiro ensaia, desde 2014, um “boom” no uso da biometria como fortalecimento de sistemas de segurança pública e privada. Em 2015, a associação projetava um faturamento de R$ 500 milhões em biometria, mas a conjuntura política e econômica do país adiou projetos e a receita limitou­se a R$ 300 milhões. Para 2016, o faturamento deve ser um pouco maior, mas ainda inferior aos R$ 500 milhões. A expansão significativa do mercado agora é esperada a partir de 2017. “Nossa projeção é chegar a um faturamento entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão em 2020″, diz o executivo. No setor privado, o mercado financeiro é o grande usuário de biometria no país, principalmente em aplicações que se referem a movimentações em caixas eletrônicos e em dispositivos digitais. Ribeiro prevê, para os próximos anos, a expansão da biometria no varejo, em sistemas de validação de crédito, e nas áreas de seguros, educação, para controle de presença de alunos, e planos de saúde, com o objetivo de averiguar se os usuários dos serviços são mesmo os pagantes cadastrados. No setor público, a expectativa do presidente da Abrid é de uma retomada do projeto de substituição do atual Registro Geral (RG) pelo Registro de Identidade Civil (RIC) com a incorporação em um só documento de todos os registros públicos de identificação dos cidadãos. “O RIC foi lançado em 2010, mas não avançou, paralisando a modernização dos departamentos estaduais de identificação”, afirma. O RIC prevê a adoção de sistemas biométricos como o Automated Fingerprint Identification System (AFIS). Nos Estados Unidos, os dados da identificação civil foram integrados aos departamentos estaduais de investigação criminal e ao Federal Bureau of Investigation (FBI), formando a base de dados da política de segurança nacional, um desdobramento que Ribeiro avalia que deve se repetir no Brasil. No Brasil são 11 os Estados que utilizam tecnologias biométricas de impressão digital para o cadastramento civil de seus cidadãos e o número que mantém uma base de dados integrados com seus departamentos de investigação criminal não chegam a cinco, sendo que nenhum deles está integrado ao sistema da Polícia Federal. Os projetos do setor público formam a base da carteira de negócios em biometria da NEC no Brasil. A empresa fornece tecnologia para a identificação civil em cinco Estados e, em dois, o sistema é integrado com a divisão de investigação criminal das secretarias de Segurança Pública. Além  disso, fornece um sistema de reconhecimento facial para a Receita Federal, presente em 14 aeroportos, que está em fase final de implementação. Em 2015, a NEC faturou R$ 20 milhões no Brasil com fornecimentos de biometria e 97% do valor foi gerado no setor público. Daniel Mirabile, presidente da NEC, diz que o faturamento com biometria deve dobrar em 2016 e chegar a R$ 80 milhões em 2017, com equilíbrio de receitas entre projetos públicos e privados. A expectativa é que em 2018 o setor privado responda por 80% das encomendas. “Hoje nossa tecnologia está sendo avaliada por 20 potenciais clientes e 19 são privados”. Os projetos em desenvolvimento são para financeiras, varejistas, operadoras de telefonia e redes de ensino. “Temos uma situação privilegiada no mercado, uma vez que oferecemos soluções em todas as tecnologias biométricas disponíveis no mundo”, diz o executivo. Rosa Ramalho, gerente de soluções da OKI Brasil, diz que o setor financeiro brasileiro é um dos mais avançados no mundo no uso de sistemas de segurança com base em biometria. “A preocupação com a prevenção a fraude financeira é muito mais aguda no país do que no exterior”, diz. A companhia estima que esse segmento deve movimentar por volta de R$ 200 milhões em encomendas no biênio 2016/2017.

País tem nichos para fornecedor 

A demanda por tecnologias de biometria por parte dos bancos brasileiros ­ um segmento pouco desenvolvido no exterior ­ e as encomendas públicas criaram nichos de oportunidades para os fornecedores brasileiros de biometria. Um dos principais projetos biométricos do país é o cadastramento de 40 milhões de pessoas que está sendo realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A empresa contratada para o fornecimento da tecnologia foi a paranaense Akiyama. O contrato firmado em dezembro de 2014 prevê o fornecimento de 16.125 kits de identificação para o cadastramento eleitoral composto de leitor óptico de digitais, dispositivo de captura de imagens, flash externo, pad de assinatura digital, fonte de alimentação e um cenário adequado para a captura de imagem. “Atuamos como uma integradora, compondo o kit com o desenvolvimento próprio de hardware e software, mas também buscando tecnologias disponíveis no mercado”, diz Ismael Akiyama, presidente da empresa que é representante da coreana Suprema na América do Sul. O fornecimento ao TSE foi o principal responsável por um faturamento de R$ 106 milhões da companhia em 2015. Para 2016, a Akiyama volta ao seu patamar anterior na casa de R$ 50 milhões anuais. Ismael Akiyama, porém, avalia que o contrato com o TSE e a retomada do crescimento da economia brasileira credenciam a companhia a uma expansão na casa de 20% ao ano a partir de 2017. O primeiro grande projeto em biometria da carioca Montreal foi um sistema de impressão digital para a votação na Câmara dos Deputados nos anos 1990. Mas é no setor bancário que o diretor de tecnologia da companhia, Luiz Antônio Santos, prevê uma expansão dos negócios nos próximos anos. A Montreal foi a responsável pelo desenvolvimento de um sistema biométrico para a identificação de clientes para o HSBC, banco adquirido pelo Bradesco em 2015. Recentemente a companhia foi contratado pelo banco digital Neon, inaugurado em julho, para implementar um sistema biométrico para a abertura de contas e movimentação financeira em dispositivos móveis, substituindo as tradicionais senhas. A solução, desenvolvida pela americana Daon, une impressão digital e da face por selfie. “Operações digitais são a principal tendência do setor bancário e nós estamos prontos para fornecer tecnologia e também para operar os serviços de validação de acesso para os bancos que preferirem terceirizar a operação”. A startup FullFace Biometric apostou no desenvolvimento de uma tecnologia própria de reconhecimento facial. Trabalho que levou dois anos e meio, mas gerou, nas palavras do CEO Danny Kabiljo, “o sistema de reconhecimento facial mais preciso do mercado e de custo acessível”. A tecnologia da FullFace não exige câmeras de captura de imagens dedicadas, interage com hardwares e softwares já disponíveis nos clientes e dispõe de arquivos leves, que não exigem grandes bancos de dados para o armazenamento de imagem. A identificação é realizada em 0,05 segundos, após a análise de 1024 de uma face, enquanto as tecnologias tradicionais analisam 86 pontos. A FullFace, cuja operação comercial teve inicio no final de 2014, já fechou contrato com dois bancos para operação de abertura de conta digital e também para controle de acesso dos funcionários, por meio de login facial, a determinadas áreas das instituições. A empresa também desenvolve um projeto com a Polícia Civil de São Paulo para o uso da tecnologia em processos de investigação criminal. Em 2015 faturou R$ 300 mil e projeta R$ 1,5 milhão este ano.  A empresa de segurança de projetos BrScan atua com ferramentas biométricas desde 2012, com o BrFace, que usa tecnologia da alemã Cognitec. O sistema está em operação na Vara de Execução de Penas do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, para a identificação de apenados em regime aberto. São 15 mil cadastrados que são reconhecidos biometricamente quando comparecem ao tribunal. Leonardo Dias, sócio diretor, diz que o sistema está sendo testado em bancos e empresas privadas.

Adoção das soluções pelo setor público é crescente

Por Martha Funke | Para o Valor, de São Paulo

O uso de soluções tecnológicas de biometria por diferentes órgãos governamentais ganhou impulso nos últimos anos. Em alguns casos, a determinação centralizada estimulou a adoção pelos Estados da federação, como para a emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e, mais recentemente, dos títulos de eleitor. Em outros, a decisão do próprio Estado motivou o desenvolvimento do processo. Apesar de regulamentado em 2010, o projeto de criação do Registro Único Civil não andou e deu lugar a propostas individuais de coleta e bancos de dados independentes. No ano passado, surgiu o projeto de Registro Civil Nacional a partir dos dados reunidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que já possui 50 milhões de registros, dos quais 45 milhões já processados e comparados ­ 18.721 registros, 0,04% do total, são coincidentes. Das 458.366 seções eleitorais do país, 208.700 terão reconhecimento biométrico este ano. As 550 mil urnas eletrônicas com leitor biométrico da Diebold custaram cerca de R$ 215 milhões ­ o Sistema de Identificação Automatizada de Impressões Digitais (AFIS) é da Griaulle e os kits e pads para recolhimento, da Akiyama, segundo o secretário de tecnologia da informação do órgão, Giuseppe Janino. A integração está restrita a poucos projetos. Até porque as necessidades nem sempre são as mesmas. “O grau de complexidade exigido pelo foco criminal pode ser diferente daquele com foco civil”, compara Zenio Rimes, diretor de identificação América Latina da Valid, que assina a coleta biométrica implantada nos postos do Poupatempo paulista desde 2014. São Paulo está a caminho da integração desde 2013, com a criação do Sistema Eletrônico Unificado de Coleta Biométrica para integração dos dados biométricos do Departamento de Trânsito (Detran­SP) e do Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt (IIRGD). O primeiro passo foi alinhar as necessidades. Para a CNH, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) exige imagem dos dez dedos de cada cidadão rolados de unha a unha. O IIRGD solicitou resolução mínima de imagem. Hoje, o procedimento de coleta já é o mesmo. O Detran­SP iniciou a coleta biométrica digital dos dados dos motoristas em 2011, hoje instaurada em 920 mesas de trabalho pelo Estado. Depois instituiu a validação biométrica em tempo real de operadores do processo de obtenção da CNH (instrutores de ensinos nas auto­escolas, médicos e psicólogos) e dos candidatos, em exames médicos e psicológicos, nas aulas e nas provas teóricas para formação de condutores. O processo de solicitação de segunda via já pode ser realizada pela internet com recuperação de assinatura e da última foto coletada. Os próximos passos são o reúso e o compartilhamento dos dados com o IIRGD, a validação digital na prova prática de direção e a identificação do cidadão por reconhecimento biométrico desde a triagem, sem necessidade de apresentação de tantos documentos como hoje, diz o diretor de atendimento ao cidadão, Jânio Loiola.  No Poupatempo, o processo de emissão de segunda via da carteira de identidade reutiliza dados biométricos colhidos digitalmente desde 2014 ­ de fevereiro a julho deste ano foram 2.450 RGs com reúso. Hoje os 71 postos do serviço coletam biometria digital para CNH e 52, para RG. Até o ano que vem, todos os postos contarão com entrada eletrônica, diz o superintendente de novos projetos Ilídio Machado. Até setembro, começam a ser instalados quiosques de autoatendimento fornecidos como serviço pela mineira Visual, onde será possível solicitar a reemissão do RG sem atendimento humano. São 64 tótens em 19 postos por 36 meses, por cerca de R$ 2 milhões. Em Goiás, a Secretaria de Segurança retomou a implementação do Programa Goiás Biométrico, que reúne objetivos como emissão de documentos, identificação para acesso a benefícios sociais e, na área da segurança pública, de realização de perícias a identificação de criminosos para atividades forenses. O investimento para implantação da tecnologia AFIS da Nec por um consórcio de empresas do grupo Oki foi de R$ 33,8 milhões. O objetivo é a digitalização do arquivo de fichas com registros de impressões digitais e de novos cadastros. Também está previsto o cadastramento biométrico dos cerca de 200 mil servidores do Estado.

Tecnologia já está em 70% dos terminais

Por Felipe Datt | Para o Valor, de São Paulo

De um lado, a busca por oferecer maior comodidade ao cliente, a exemplo do saque ou conferência de saldo sem a necessidade do cartão, e uma interação mais simples e lúdica com as máquinas. De outro, a necessidade de reforçar a segurança na conferência da identidade do correntista e na validação de uma transação, mitigando a incidência de fraudes. Os dois objetivos, somados, explicam a enorme popularização das tecnologias de leitura biométrica nos terminais de autoatendimento (ATMs) nos últimos anos. O Brasil possui um dos maiores parques de caixas eletrônicos no mundo, com 178 mil máquinas em operação ao final do ano passado, conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Números da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária mostram que 70% já contavam com algum tipo de biometria em 2015, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. E, ao que tudo indica, a identificação dos clientes pelo reconhecimento de padrões das veias das palmas das mãos (palm vein) ou das impressões digitais (finger print) ­ as duas tecnologias mais disseminadas do mercado ­ atingirão a totalidade das máquinas em um curto espaço de tempo. O forte avanço é reforçado por iniciativas como a do Itaú Unibanco, que iniciou seu projeto de embarcar a tecnologia em 2012 e, dois anos depois, já contava com 100% dos 22,6 mil caixas próprios, além dos terminais de caixa nas agências e das estações de gerentes, com o leitor biométrico. Atualmente, 72% dos clientes já possuem as digitais cadastradas. Conforme o diretor de segurança corporativa, Adriano Volpini, a escolha da tecnologia finger print foi motivada por algumas razões. Uma delas é que a tecnologia já é amplamente utilizada em outros segmentos, a exemplo da emissão de passaportes pela Polícia Federal, a Justiça Eleitoral ou o controle de fronteiras americano, o que garante maior familiaridade ao usuário. Outro motivo é que essa utilização mais intensa obriga os fornecedores a manter a tecnologia sempre atualizada. A última ­ e não menos relevante ­ razão é a busca por segurança, minimizando uma das fraudes mais comuns contra o sistema bancário: a de identidade. “O cartão representa o que o cliente tem e a senha aquilo que ele sabe. A biometria criou um pilar que ninguém consegue reproduzir, que é aquilo que o cliente é”, diz Volpini. Além dos aspectos de segurança, a adoção da biometria permite aos bancos otimizar a experiência do cliente nas transações via terminais. “O cliente leva, em média, um minuto a menos para transacionar com a biometria e sem o uso do cartão. A tecnologia traz um sentimento de independência e empoderamento tremendo para ele”, diz o diretor de pesquisa e inovação do Bradesco, Marcelo Frontini. A tecnologia escolhida pelo Bradesco, pioneiro na adoção da biometria entre os bancos, em 2004, foi a palm vein, fornecida pela japonesa Fujitsu. Desde 2015, todas os 31.668 ATMS próprios do banco contam com a tecnologia embarcada. A TecBan, administradora da Rede Banco24Horas, também levou, em 2015, a biometria para 100% de seus 19 mil caixas eletrônicos. A escolha foi pela multibiometria, que permite implantar em um mesmo equipamento duas formas de identificação do cliente: captura de imagem do padrão vascular (palm vein) e leitura das digitais. O Banco do Brasil também apostou nas múltiplas tecnologias para seus terminais de autoatendimento e agências, fornecidas pela Lumidigm, que incluem a palm vein, finger vein e a finger print. Dos 37 mil caixas eletrônicos, 14 mil possuem dispositivos biométricos embarcados.

Aumenta o interesse de empresas pela biometria

Por Martha Funke | Para o Valor, de São Paulo

Com os avanços da transformação digital, fornecedoras de segurança e processos de autenticação apontam tendências como a expansão da biometria e do uso dos dispositivos móveis. É um mercado que cresce estimulado por novos marcos regulatórios, pela explosão das fintechs, o uso da nuvem e pelo maior interesse em processos de autenticação forte por parte de empresas privadas não financeiras. A MasterCard tem desenvolvido tecnologias próprias como Secure Code (ferramenta de autenticação para e­commerce voltada para bancos) e de biometria, como selfiepay, batimento cardíaco e íris. “Estamos trabalhando com o ‘identity check’, produto que elimina necessidade de senhas para compras on­line por meio da biometria e identificação facial”, diz o vicepresidente de produtos e soluções, Valério Murta. Outra novidade é o serviço de habilitação digital (MDES, na sigla em inglês), que transforma qualquer objeto conectado em meio de pagamento seguro e já está em carteiras digitais como Samsung Pay. Embora o setor financeiro e o governo estejam à frente, empresas de setores responsáveis por dados mais sensíveis e sujeitos à espionagem industrial, como químico e de óleo e gás, já começam a buscar soluções de autenticação mais robusta com base em três camadas (por exemplo, login, senha ­ com apoio de certificados digitais, tolkens e outros dispositivos ­ e biometria). Certificados digitais, cartões e geradores de senhas instantâneas (OTP) também começam a substituir a periódica troca de senhas, aponta Temístocles Mendes, diretor de segurança corporativa da Gemalto ­ na própria empresa, e­mails, acesso à VPN e até compras de café em máquinas automáticas já são validados por certificados internos. Iniciativas governamentais e a internet das coisas (IoT) também dão uma forcinha. Um exemplo foi a troca obrigatória do Emissor de Cupom Fiscal (ECF) pelo Sistema Autenticador e Transmissor (SAT Fiscal) para emissão de nota fiscal eletrônica por dispositivos turbinados com certificados digitais adotada pelo Estado de São Paulo desde o ano passado. Até março, 42 mil estabelecimentos varejistas já haviam migrado para o novo sistema. “Fornecemos cartões com as chaves públicas para as maquininhas”, diz Mendes. O sistema de certificação e autenticação de chaves públicas da marca também é empregado pela Jaguar em seus automóveis. Outra que aproveita a onda da IoT é a Oberthur, cujo cartão SIM passou a ser implementado nos veículos da Daimler em março último. No Brasil, o presidente para a América Latina, Paolo Villasco, registra o crescimento do mercado de certificação estimulado também pela adoção por órgãos de classe, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Mas o governo ainda é o grande cliente do segmento, diz. “Responde por mais de 50% do nosso faturamento no mercado brasileiro”, diz Villasco. A Gemalto incluiu criptografia no portfólio em 2014, com a compra da Safenet, e atende tendências como o uso de conectores para criptografia segmentada, bem como de soluções com a plataforma de gestão de chaves criptográficas. A Kryptus fez caminho oposto ­ nasceu em 2003 voltada à criptografia e chegou à certificação digital dois anos depois. Pioneira, assina o primeiro HSM homologado no Brasil pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP­Brasil) e protege programas como a Autoridade Certificadora de Defesa (Ministério da Defesa) e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron), do Exército, e sistemas como a urna eletrônica, com soluções instaladas em diversos países. Segundo o CEO Roberto Gallo, a tecnologia tem espaço para avançar em áreas como a metrologia legal. “Estamos trabalhando para integração da autenticação digital em radares”. Madura, a tecnologia evolui em relação a novos fatores de autenticação e identificação de usuários, diz Raul Pavão, diretor regional de negócios da Vasco Data Security. Ele cita a nova solução de autenticação multifatorial e multicanal com base em tecnologias de imagem, como selfies e QR Code, a geolocalização para acompanhar o uso de dispositivos móveis.

Valor Econômico – 25/07