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Mercado de certificação digital vai mudar muito nos próximos cinco anos, afirma diretor-presidente do ITI

Durante o 6º Encontr[AR], Enylson Camolesi revelou que o número de aplicações que utilizam assinaturas qualificadas é maior do que o divulgado e reforça seu uso no combate a fraudes

O uso da assinatura eletrônica qualificada com certificados digitais da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) é maior do que se imagina, especialmente entre instituições bancárias. É o que afirmou o diretor-presidente do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, Enylson Camolesi, durante o 6º Encontr[AR], tradicional evento da Associação das Autoridades de Registro do Brasil (AARB) realizado em São Paulo no último dia 6 de maio.

O Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), espinha dorsal do Pix e operado pelo Banco Central do Brasil, utiliza certificados digitais como parte de sua infraestrutura de segurança. “Essa é uma estrutura que fica abaixo das nossas visões, mas que permite dar segurança a milhões de transações diárias. Os números são tão grandes que é até difícil ver quantos bilhões são transacionados e quantas transações ocorrem”, disse.

O dirigente destacou, durante sua palestra, as diferenças entre os tipos de assinaturas digitais existentes. “A assinatura qualificada tem todo um arcabouço normativo muito claro sobre como deve funcionar — e não é o diretor-presidente do ITI que vai mudar essa regra. Existe um comitê gestor multilateral que discute o tema, submete a consultas públicas, passa por análise de impacto regulatório, sempre seguindo as melhores práticas mundiais. Caso contrário, não garantimos a interoperabilidade — como agora, com a assinatura qualificada brasileira sendo válida em todo o Mercosul.”

Camolesi lembrou que, em breve, será possível também o reconhecimento de assinaturas de documentos eletrônicos com a União Europeia. Um primeiro passo foi dado em fevereiro, quando Brasil e Portugal firmaram uma parceria para fortalecer a cooperação em governo digital.

Modernização e segurança 

O diretor-presidente do ITI afirmou também que é preciso evoluir rapidamente, pois a indústria da fraude cresce e busca, cada vez mais, vulnerabilidades nos sistemas digitais. “Hoje temos centenas de fraudadores que não sabemos onde estão — em qualquer lugar do mundo — e precisamos impor mais segurança.”

“Estamos incentivando, cada vez mais, o mercado a adotar o certificado em nuvem, porque acreditamos que é muito mais seguro manter o certificado no HSM (Hardware Security Module), do prestador de serviço de confiança, do que tê-lo circulando nas máquinas. Vamos parar de emitir certificados para pessoa física, e os últimos serão válidos até 2029. A partir daí, somente certificados em hardware”, informou.

Segundo ele, o certificado digital não se massificou quando comparado a outros países. “Temos médicos, advogados, contadores e corporações que assinam contratos usando intensamente a ferramenta, mas ainda há o desafio de ampliar o uso entre pessoas físicas, nas aplicações do dia a dia.” Para Camolesi, a nova Carteira de Identidade Nacional (CIN) pode ser o início da popularização da importância de uma identidade segura. “É uma nova carteira, fundamentada em biometria segura e gratuita para todos os brasileiros. Ela é emitida nos estados e vamos implantar um barramento biométrico no segundo semestre, que poderá ser usado, inclusive, para autenticar a emissão de um certificado digital.”

“Não tenho dúvidas de que a fotografia da indústria de certificados digitais vai mudar muito nos próximos cinco anos, com novas aplicações em funcionamento. Vamos facilitar o acesso da população ao certificado e tornar a experiência de emissão mais rápida. Os senhores e senhoras fazem parte disso. Essa indústria está se transformando — e, se não se transformar, morre. É assim com todos que trabalham com tecnologia. Tenho certeza de que os empresários e entidades do setor estão muito atentos e abertos a esse ambiente de mudança e inovação. Estamos construindo um novo ITI com a participação de todas as associações e de todos os entes que integram a ICP-Brasil”, finalizou.

Evento

O Encontr[AR] 2025, realizado na terça-feira, 6 de maio, no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), na capital paulista, reuniu mais de 300 pessoas para um dia inteiro de palestras, discussões, reflexões e muito networking.

O evento só foi possível graças aos patrocinadores: Online Soluções Digitais, Certifica, Safeweb, AC Consulti, Valid Certificadora, Soluti Digital, Grupo Qualitycert, Moreira Auditores e CertClube.

A AARB também contou com os seguintes apoiadores: ABES, Portal CryptoID, ANCD, ANCert e Insania.

Texto e fotos: Fernando Olivan

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